Refugiados: ocultação<br>e promoção

A crise dos re­fu­gi­ados já é tema re­cor­rente nos no­ti­ciá­rios há longos meses. Os mi­lhões que fogem das guerras no Médio Ori­ente em di­recção à Eu­ropa fi­zeram com que o tema ga­nhasse ampla pro­jecção me­diá­tica, apesar de não ser uma re­a­li­dade nova. Mi­lhões vêm sendo des­lo­cados das suas casas por con­flitos ins­ti­gados pelo im­pe­ri­a­lismo, seja na Pa­les­tina, no Saara Oci­dental ou mais re­cen­te­mente na Líbia e na Síria.

Os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu têm re­a­li­zado um tra­balho de de­núncia do modo como a União Eu­ro­peia tem tra­tado a questão, com res­pon­sa­bi­li­dades nas causas – a guerra – e na falta de so­lu­ções para os mi­lhões que pro­curam re­fúgio no seu ter­ri­tório. Para lá de per­guntas e in­ter­ven­ções, o PCP re­a­lizou ao longo do úl­timo ano ini­ci­a­tivas sobre a crise dos re­fu­gi­ados com de­pu­tados no PE: uma au­dição em Maio de 2015 com re­pre­sen­tantes de re­fu­gi­ados e um ciclo de de­bates em Março de 2016, um deles no Centro de Aco­lhi­mento para Re­fu­gi­ados. A nossa im­prensa de­cidiu que não eram ini­ci­a­tivas re­le­vantes e nada no­ti­ciou.

Nas úl­timas se­manas, a TVI re­servou parte do seu es­paço de co­men­tário do Jornal das 8 de sá­bado para que Ma­risa Ma­tias pu­desse anun­ciar uma vi­sita a campos de re­fu­gi­ados na Jor­dânia e no Lí­bano e par­ti­lhasse essa ex­pe­ri­ência. A 14 de Maio, antes da vi­sita, teve di­reito a ima­gens de sa­té­lite que mos­travam a lo­ca­li­zação dos campos de re­fu­gi­ados a vi­sitar, en­quanto a 21 de Maio teve es­paço para falar sobre a vi­sita pe­rante o su­bli­nhado emo­tivo de José Al­berto Car­valho, ainda que tenha op­tado por dizer pouco sobre o que viu.

Con­fron­tando estes casos, um de si­len­ci­a­mento ab­so­luto e outro de pro­moção dupla (pré e pós-vi­sita), a de­si­gual­dade é evi­dente. Pode ar­gu­mentar-se que o cri­tério foi di­fe­rente porque as ini­ci­a­tivas são di­fe­rentes, ou seja, uma coisa é dis­cutir a questão, outra é ir vê-la ao vivo. Mas o tra­balho dos de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu não se ficou pelas ini­ci­a­tivas em Por­tugal, em Bru­xelas ou Es­tras­burgo.

Em 2015, o de­pu­tado Mi­guel Vi­egas foi a Ca­lais, um dos pontos crí­ticos de con­cen­tração de re­fu­gi­ados que tentam en­trar no Reino Unido; João Fer­reira in­te­grou uma de­le­gação à cha­mada «rota dos Balcãs», o per­curso da Ma­ce­dónia à Sérvia, atra­ves­sada por re­fu­gi­ados que en­tram na Eu­ropa pela Grécia; Inês Zuber es­teve em Lam­pe­dusa, Itália, um dos lo­cais onde chegam mi­lhares em em­bar­ca­ções pre­cá­rias vindas do Norte de África. Já este ano, o de­pu­tado João Pi­menta Lopes es­teve na Grécia, em Lesbos, a maior porta de en­trada de re­fu­gi­ados e mi­grantes na Eu­ropa.

Im­porta sa­li­entar que os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu não acor­daram para o drama dos re­fu­gi­ados quando bateu às portas da Eu­ropa, nem apenas para os lo­cais me­diá­ticos. Se já em 2000 se fez vi­sita a um campo de re­fu­gi­ados no Ban­gla­desh, Mi­guel Vi­egas es­teve na Pa­les­tina em 2014 e no Saara Oci­dental em 2015, em con­tacto com re­fu­gi­ados vi­ti­mados pelas ocu­pa­ções dos seus ter­ri­tó­rios, que duram há dé­cadas.

Quem tem es­tado atento sa­berá quantas vezes de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu es­ti­veram no Jornal das 8 da TVI para falar sobre vi­sitas e con­tactos com re­fu­gi­ados: zero.




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